segunda-feira, 9 de julho de 2007

O que eles disseram...

... há 31 anos e continua do mesmo jeito

“O que falta é ação e não mais papel em nível de planejamento. O que falta é completar o trabalho e não substituí-lo por outro, certamente com as mesmas imperfeições”. “Uma sociedade urbanizada, operada pela tecnologia, não pode encontrar soluções simplistas para seus problemas, nem tão pouco esperar que a velocidade do processo de racionalização encontre no ‘status’ político dos Estados e Mnicípios, condições para profundas transformações que têm de sofrer para o indispensável equilíbrio, planejamento e execução”.

Arquiteto Luiz Felipe Gama d’Eça, no caderno Brazil, Capital Desterro, publicado pelo jornal O Estado, em 14 de maio de 1976.


“A orientação urbanística que tem sido dada a Florianópolis pode ser classificada de catastrófica, desumana e sem esperança. Um grande patrimônio foi destruído. Florianópolis tinha tudo para ocupar um lugar de destaque entre as tradicionais cidades brasileiras, como as coloniais mineiras, São Luiz, Parati e Salvador, além de estar rodeada por paradisíaca paisagem. Hoje, restam poucos e valiosos conjuntos arquitetônicos, como os da vila de Santo Antônio de Lisboa e do Ribeirão da Ilha, que devem urgentemente ser tombados e recuperados”.

Artista plástico Martinho de Haro, no mesmo suplemento especial.


“Há que preservar na memória casas coloniais, esses quintais regados de frutas em que donzelas esperavam por seus príncipes, esses verdes que estão sendo destruídos, mortos num desvario sem fim, numa insana fome financeira, como se a natureza, a paisagem, fosse algo, não para ser preservado ou danificado, mas algo que se pudesse violentar continuamente para satisfazer o espírito argentário dos novos ricos...
... Nosso canto deve ser mais forte que essa ambição predatória, saia para a rua, meu filho, é hora: cantarão o terno de reis, veremos o pau de fita e depois virá o boi de mamão, os balões subirão azuis, vermelhos, amarelos e depois cairão nestas chácaras de belas frutas maduras ou neste mar de velas brancas. E no final da tarde, numa tarde de maio, São Francisco descerá em nossas praias e orará por nós”.

Escritor Emanuel Medeiros Vieira, idem.

2 comentários:

Anônimo disse...

É incrível como as coisas não mudam em Florianópolis. A gente já desconfiava. Com esse documento, temos certeza do quanto as coisas se emperraram lá atrás.

joel gonzaga disse...

É... pessoal... eu sou do tempo que florianópolis tinha uma população de 40.000 habitantes, hoje está com 400,000, isso é o capitalismo selvagem, a ganãncia do dinheiro e com isso o desrespeito com a natureza, sabem o que vai acontecer? A destruição da humanidade, pelo o desrespeito a mesma, lamentavel...